Estou entre silêncios
Ouço perto, sussurro longe
Tento escutar-me
Mas ensurdeço
Calo
Estou entreatos
Silencioso à espera de mim
Do que seria
do que fui
do que sou
Estou entremeado
Chego a estar lambuzado de mim
Perdi a solidez. Estou ralo
Escapo pelas minhas mãos
Sob meus pés há uma poça do meu presente
poesiadepreto
Essas são as minhas poesias, feitas há tempos, de tempos em tempos, que compilei em um livro, ainda não publicado, por ora chamado de Versos Primos. São de Preto, porque são minhas, Preto Moraes. São de preto,porque sou negro. São de preto, porque me cai bem seja como for, porque me lembra quem sou. São de preto mas são multicores
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Ir e vim
Mesmo sabendo nadar
Prefiro ir pelas bordas
Pela segurança
O meio assusta
A água pode me levar
E se eu for com o seduzir do mar?
Lá no alto me sinto só, sem margens
Sem saber se dali
Consigo voltar a aterrar
Prefiro ir pelas bordas
Pela segurança
O meio assusta
A água pode me levar
E se eu for com o seduzir do mar?
Lá no alto me sinto só, sem margens
Sem saber se dali
Consigo voltar a aterrar
Simpatia
Entre mim
Passa o que eu sou
Nasço aqui
Morro ali
Surjo na mais tola respiração
E sumo naquela banal situação
Se soubesse o que sei
Não despareceria
Tampouco visível ficaria
A minha revelia
Passa o que eu sou
Nasço aqui
Morro ali
Surjo na mais tola respiração
E sumo naquela banal situação
Se soubesse o que sei
Não despareceria
Tampouco visível ficaria
A minha revelia
sexta-feira, 1 de abril de 2011
re-existir
às vezes me sinto esquecido
por mim, pelo outro, pelo mundo
parece que à toa, desapareço
sem forças para re-existir
sem mundo, afundo mudo
não olho nem sou visto
não sinto nem sou sentido
não vibro, nem soou
não re- existo
morro diante da falação alheia
acuado, parado, pairo a espera
vagueio entre os silêncios de semipessoas
sem vazios que as completem
estufado da realidade
me encho de tudo
e do nada também
minha boca está seca de palavras
e não quero calar
muito menos falar
de onde estou
o que me resta sou eu
e o que sou se não me recomeço
estou sem medidas
as vezes falto
outras excedo
vazo e transporto
esturricado pela vida
inundado e sem forte
por mim, pelo outro, pelo mundo
parece que à toa, desapareço
sem forças para re-existir
sem mundo, afundo mudo
não olho nem sou visto
não sinto nem sou sentido
não vibro, nem soou
não re- existo
morro diante da falação alheia
acuado, parado, pairo a espera
vagueio entre os silêncios de semipessoas
sem vazios que as completem
estufado da realidade
me encho de tudo
e do nada também
minha boca está seca de palavras
e não quero calar
muito menos falar
de onde estou
o que me resta sou eu
e o que sou se não me recomeço
estou sem medidas
as vezes falto
outras excedo
vazo e transporto
esturricado pela vida
inundado e sem forte
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Vida acordada
Acordei com cheiro de memória
Com um olhar de criança
De quem vê com o olfato de lembranças
E, por isso, sorri sem razão
Com a alma aberta
leve para o novo
pairando em paz comigo mesmo
sobre as minhas vidas
águas de almas me saciam
brinco com respingos de antes para refrescar o presente.
tomo banhos do que já fui
para, enxuto, saber que sou
Com um olhar de criança
De quem vê com o olfato de lembranças
E, por isso, sorri sem razão
Com a alma aberta
leve para o novo
pairando em paz comigo mesmo
sobre as minhas vidas
águas de almas me saciam
brinco com respingos de antes para refrescar o presente.
tomo banhos do que já fui
para, enxuto, saber que sou
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
vida corrente
Um barbante perpassado entre um e outro canto da boca suspendia um sorriso que de tão repetidamente falso se tornara verdadeiro. Uma verdade decorrente, de correntes que não arrebentei .
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
deságues
De dentes cerrados
desgasto a mim mesmo
enquanto sinto meu sabores, salivo-me
estou imerso nas minhas águas
brisa, vento, tormentas
vagas tempestades nervosas
empurram distâncias
nem lá, tampouco cá
sem meio, sem terra à vista
a mercê de mim mesmo
aterro, embargo a língua
engulo gostos correntes
vou, vou indo
navegando nas minhas veias
encalho nas minhas tolices
largo o remo
preciso desaguar
desgasto a mim mesmo
enquanto sinto meu sabores, salivo-me
estou imerso nas minhas águas
brisa, vento, tormentas
vagas tempestades nervosas
empurram distâncias
nem lá, tampouco cá
sem meio, sem terra à vista
a mercê de mim mesmo
aterro, embargo a língua
engulo gostos correntes
vou, vou indo
navegando nas minhas veias
encalho nas minhas tolices
largo o remo
preciso desaguar
Assinar:
Postagens (Atom)