sexta-feira, 1 de abril de 2011

re-existir

às vezes me sinto esquecido
por mim, pelo outro, pelo mundo
parece que à toa, desapareço
sem forças para re-existir
sem mundo, afundo mudo
não olho nem sou visto
não sinto nem sou sentido
não vibro, nem soou
não re- existo
morro diante da falação alheia
acuado, parado, pairo a espera

vagueio entre os silêncios de semipessoas
sem vazios que as completem
estufado da realidade
me encho de tudo
e do nada também
minha boca está seca de palavras
e não quero calar
muito menos falar

de onde estou
o que me resta sou eu
e o que sou se não me recomeço
estou sem medidas
as vezes falto
outras excedo
vazo e transporto
esturricado pela vida
inundado e sem forte