Bateu a porta e
deixou a vida entreaberta
deitada num vão de um transe
iluminada de ausência
a luz de fora me escurece
fiquei ali sentada na espera
ilhada
sem ponte
sem barco
e sem vontade de atirar-me ao mar
submersa na secura de sexta-feira
não terei mais sábados
só domingos
me adiantarei antes que a segunda amanheça
Essas são as minhas poesias, feitas há tempos, de tempos em tempos, que compilei em um livro, ainda não publicado, por ora chamado de Versos Primos. São de Preto, porque são minhas, Preto Moraes. São de preto,porque sou negro. São de preto, porque me cai bem seja como for, porque me lembra quem sou. São de preto mas são multicores
terça-feira, 20 de maio de 2008
Às voltas
Estar às voltas
Rodando em si
Numa espiral infinita de opostos
Que não se refaz
Que é
Que nunca foi tampouco será
Está aqui
Não ali
Afogada numa ansiedade irremediável de fugas distorcidas
De um não querer camuflado pela covardia de ser aceitável
Caminho sobre mim e não vejo marcas
Em cada passo dado ou ensaiado
Voltar sem remissões a idas
O movimento suspenso cai
Alinha referência
Salienta a gravidade do dia-a-dia
É para cima que ele vai
Encobre a realidade que mesmo sendo minha
É inventada pelo outro
Por que não saíste?
Rodando em si
Numa espiral infinita de opostos
Que não se refaz
Que é
Que nunca foi tampouco será
Está aqui
Não ali
Afogada numa ansiedade irremediável de fugas distorcidas
De um não querer camuflado pela covardia de ser aceitável
Caminho sobre mim e não vejo marcas
Em cada passo dado ou ensaiado
Voltar sem remissões a idas
O movimento suspenso cai
Alinha referência
Salienta a gravidade do dia-a-dia
É para cima que ele vai
Encobre a realidade que mesmo sendo minha
É inventada pelo outro
Por que não saíste?
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Apagado
Um avião sobrevoa a cidade
O céu está claro
As roupas quaram
E o tempo sopra sobre sobras
De alguém de quem não há mais vintém
O vento enforna passados
Manuseia nuvens
Balança memórias sobre sombras
Vai lá
E volta cá
Diz pra mim o que será
Me recorda o que foi
Acende a vela de luz amarela
Que meu suspiro apagou
O céu está claro
As roupas quaram
E o tempo sopra sobre sobras
De alguém de quem não há mais vintém
O vento enforna passados
Manuseia nuvens
Balança memórias sobre sombras
Vai lá
E volta cá
Diz pra mim o que será
Me recorda o que foi
Acende a vela de luz amarela
Que meu suspiro apagou
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